segunda-feira, 26 de novembro de 2012

LEVANTAR A GARIMPA DO PAÍS E DOS PORTUGUESES!

I - A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR!

1. O resgate FMI/TROIKA?
Já todos sabíamos, não era necessário Sócrates dize-lo: foi o Cavaco Silva que com a sua infantilidade narcísica, quis, custasse o que custasse correr com Sócrates.
Resultado, uniu-se (sempre esteve unido aliás!) com os banqueiros, inclusive com o actual Governador do Banco de Portugal (o que já é demasiado grave) e deu xeque mate a Sócrates: os "abutres" do PSD/CDS fizeram o resto, com a santa ingenuidade do BE e do PCP que colaboraram na festa!

2. Custos da crise política provocada por Cavaco Silva /PSD/CDS ?      
O que já sabíamos, nem era necessário os entrevistadores terem impedido Sócrates de o dizer: as empresas de Rating que funcionam em consonância com os Banqueiros internacionais (olá Goldeman Sacks), puseram Portugal no lixo financeiro, sem hipótese de estar nos mercados financeiros, e a TROICA invadiu triunfante o nosso país, com o aplauso do PSD/CDS e a satisfação estupefacta de Cavaco Silva, o qual nunca imaginou que as suas traquinices vingativas, conduzissem Portugal ao lixo financeiro, mas conduziram!

3. Défice orçamental   e dívida soberana?
Pois é, temos o período antes da crise (2005-2008) e o período pós crise (2009-2011) e 2011-2013 ...
a) Sócrates disse o que todos já sabíamos, mas que os "media" tentaram não revelar: o défice orçamental que era em 2005 cerca de 6,6% (herdado do Santana Lopes/PSD), passou para 2,8% em 2008, e isso devido à governação de Sócrates, ou seja contas públicas equilibradas e dívida soberana controlada (na média europeia dos 70% do PIB);


b) No período 2009-2011, a crise do sub-prime abateu-se sobre a Europa, e a Comissão Europeia, a Merkel, Sarkozi, Manuel Ferreira Leite, o PCP, o BE, o CDS, o PSD e o Cavaco, todos clamaram que era necessário conter a recessão provocada pela crise do subprime dos EUA, e logo defenderam mais despesas sociais e mais dívida soberana. Por isso em todos os países europeus os défices orçamentais dispararam e a dívida soberana também (dos 3% os défices passaram para os 9% e as dívidas soberanas subiram cerca de 20 pontos percentuais (em Portugal o défice orçamental foi para a casa dos 9% e a dívida soberana para a casa dos 90% do PIB, o mesmo acontecendo em Itália, Espanha, ...).


c) Mas com a crise política provocada por Cavaco com o apoio dos Banqueiros, o que sucedeu a partir de 2011?
Graças à cegueira narcisista de Cavaco Silva, e aos interesses vampirescos dos Banqueiros nacionais e internacionais, e à voracidade política do PSD/CDS/BE/PCP , a TROIKA entrou no país, e Sócrates negociou o respectivo "memorando", o qual foi negociado em simultâneo e também assinado pelo PSD/CDS.
O PSD fez desse memorando o seu programa político, mas logo o  traíu (o PSD de Passos Coelho é partido da traição e das fraudes políticas e financeiras) e DUPLICOU a dose de austeridade que estava no memorando, SACOU dinheiro dos rendimentos do trabalho; aumentou enormemente os impostos; ...e com essas medidas absolutamente imbecis, arruinou a economia do país, mandou para a falência dezenas de milhares de PME, provocou centenas de milhares de desempregados, pôs os jovens a literalmente emigrarem para sobreviverem, ..., e a festa continua!


d) Com esta política económica suicida, que nada tem a ver com o memorando assinado pelo PS/PSD/CDS, o desgoverno PSD/CDS atiraram a dívida soberana para os 123% do PIB, ao mesmo tempo que não resolveram nenhum, MAS NENHUM MESMO, problema relarivo ao défice orçamental (as asneiradas sucederam-se e sucedem-se: para atingir os compromissos o governo PSD/CDS tem entregado uma após outra as melhores empresas públicas aos estrangeiros (deixamos de ter capacidade geo-estratégica ao nível da economia), e o governo PSD/CDS não sabe como resolver o problema dos juros monstruosos da dívida soberana (Passos Coelho apoia a hipocrisia da política assassina e colonialista de Merkel, de proibir o BCE de financiar directamente os Estados Membros do Euro, e os banqueiros agradecem!).

4.- Conclusão,  Sócrates pôs os pontos nos "is" e desnudou a responsabilidade de Cavaco Silva em todo este processo de ruína do nosso país e da vida familiar e sócio-económica dos portugueses: responsabilidade direta ao provocar as condições para a demissão de Sócrates, e responsabilidade indireta ao não obstaculizar a política económica e financeira SUICIDA deste desgoverno PSD/CDS, a qual para além de ser inconstitucional (e Cavaco e Passos deveriam demitir-se face ao parecer do TC se assim o for considerado) conduziu e continua a conduzir, a cada dia que passa o país para o abismo.   

II - A ALTERNATIVA PARA LEVANTARMOS A GARIMPA!    


1.- Da competência nacional: a solução do Conselho económico-Social

A alternativa ao caminho para o holocausto que nos está a ser imposto pelo desgoverno PSD/CDS com a cumplicidade incompetente de Cavaco Silva, será a de ser adoptado imediata, e de forma  prioritária, a orientação traçada pelo  Conselho Económico Social: renegociar JÁ E EM PRIMEIRO LUGAR  a dívida e os juros da dívida soberana.

 A dívida soberana tem uma componente especulativa que deve ser ANULADA pelo FMI/UE, e os juros da dívida soberana são 75% maiores que o que deveriam ser (diferencial da taxa do BCE de 1% para a taxa de 4% da banca nacional e internacional e dos mercados financeiros).

António José Seguro compreendeu isso, e daí ter assumido uma posição aaltamente meritória, (a qual Cavaco não tem já legitimidade para tomar, e por isso está numa posição de absoluta incompetência política) , de responsabilizar directamente a UE e o FMI pelo caminho do holocausto que estão a conduzir o nosso país, tal como já o fizeram com a Grécia.


Temos por isso de eleger um novo Governo que IMPONHA à UE/FMI a solução preconizada pelo Conselho Económico e Social.


2. Da competência da UE: ou há coesão social ou temos de sair do EURO!

Disse JEAN MONNET : "Não coligamos Estados, unimos homens"!

A formação da CEE (1950) proporcionou a "paz militar" na Europa, como desejado pelos seus fundadores. 

A criação do EURO em Janeiro de 2002, deixou para trás as ideias de solidariedade e coesão económico-social, indispensáveis  ao próprio sucesso da Zona EURO.

Assim o EURO acabou por reforçar as assimetrias dos países membros , beneficiando as economias mais fortes (dos países do Centro Europeu) e prejudicando as economias relativamente mais débeis (dos países da periferia europeia).

Essas assimetrias reforçadas, levaram os Estados Membros da Periferia, na ausência de um BCE operativo,  a sobre-utilizarem  os instrumentos fiscal e sócio-laboral, como forma de tentarem atenuar o persistente movimento de enfraquecimento da competitividade dos seus países face aos países crescentemente mais fortes (por indução do EURO) do Centro.

Isso foi implicando o afastamento entre os cidadãos europeus, já que os cidadãos dos países do centro são remunerados por elevados salários, comparados com os salários praticados nos países da periferia, chegando essa distância ao extremo, com a prática de salários de indigência praticados por exemplo em Portugal (onde o salário mínimo já se situa abaixo do limiar da pobreza). 

Por outro lado o abuso do instrumento da fiscalidade para reforçar a competitividade da economia atingiu autênticos níveis de "exaustão fiscal" como foi por exemplo o caso português , em que uma subida ´marginal do imposto, provoca maior decréscimo das receitas fiscais. 

Chegou-se ao absurdo. no caso português, de um Ministro das Finanças conseguir impor nessa conjuntura, para 2013, um enorme aumento de impostos, o qual dada a exaustão fiscal atingida, só poderá provocar um enorme decréscimo das receitas fiscais do estado e fazer colapsar definitivamente a economia portuguesa!




Estamos por isso actualmente numa encruzilhada na Zona EURO da UE, na qual se perspectiva ou um passo em frente no sentido da formação dos Estados Unidos da Europa", ou a derrocada pelo menos  da Zona Euro, com o seu BCE paraplégico!

É indiscutível que o federalismo (a constituição dos EUE) implica um Parlamento e um Governo Europeus, resultante de eleições gerais em todos os Estados membros desses EUE!

O fundamento do poder político desses EUE serão afinal os eleitores europeus, que escolherão através do voto o caminho a seguir.


A UE tal como está não se fundamenta no poder de voto dos cidadãos, pois a Comissão Europeia não sai de elições gerais, antes é formada por tecnocratas, os quais a maior parte das vezes são indicados com base nos seus currículos decalcados do seu serviço prestado aos partidos políticos da área do Governo dos países dominantes na UE, e com base no currículo propiciado por esses partidos/governos na Banca Nacional e Internacional.


Tal como está a UE favorece os países membros mais fortes, os directórios desses países, os quais se formam na prática como manifestação real da correlação de forças e de poderes dentro da UE.


A Alemanha é ultra nacionalista, mas tem beneficiado com a UE e a Zona Euro, já que dessa forma mantem o euro a níveis comportáveis para reforçar a sua competitividade exportadora. Não fora a UE e a Alemanha teria o seu marco possivelmente revalorizado e muito, relativamente ao euro, o que prejudicaria a sua economia eminentemente exportadora.


Enquanto nos EUE a coesão e a solidariedade económico-social seria de aplicação indiscutível beneficiando o equilíbrio e a harmonização dos países membros, na actual UE o que predomina são os interesses dos países mais fortes economicamente, os quais como temos assistido, não hesitam em arrastar os estados membros mais frágeis para a ruína económica e social.


Tal como está a UE e a Zona euro só serve de facto os países membros de economia forte, e arrasa com os países membros de economia débil, como é o caso dos países periféricos. Sem a prática da coesão económico-social, mais vale sair já do EURO onde nunca deveríamos ter entrado (o pressuposto da entrada no EURO foi a proclamada coesão económico-social).


E com o actual estado de endividamento e de défices orçamentais (alimentados pela própria Alemanha na sequência da crise do sub prime de 2008 importada dos EUA) dos países periféricos, os quais têm estado a ser aproveitados pela Alemanha de Merkel e pela França de Sarkozi (partidos conservadores e liberais) para imporem pacotes absurdos de austeridade, como forma de os tornar estupidamente mais aptos a pagarem as suas dívidas (todos sabemos que se o credor quer enfraquecer o devedor, é para lhe ficar com o património e para o humilhar até ao tutano) os quais como todos sabemos (menos este Governo fraudulento e impostor) nosconduz para o holocausto grego, sem tirar nem por!


A opção é mesmo entre a UE continuar no caminho actual (e então os países do Sul devem unir-se politicamente e sairem JÁ colectivamente da zona EURO pois estão a caminhar para o suicídio) ou a UE envereda pela democracia eleitoral e por um parlamento e governo europeus saído dessas eleições(situação que imporá de forma natural a coesão económico-social nos EUE).


A alternativa é mesmo ou os EUE, ou a saída (quanto mais cedo melhor) da zona EURO!



Chegamos a un estádio da zona EURO, em que nem se verifica coligação dos Estados nem a união e identidade  entre os cidadãos europeus, já que os cidadãos dos países do Centro têm um nível de vida e de bem estar social elevados, comparados com os níveis de vida tendencialmente mais miseráveis nos países da periferia, como forma extrema e absurda de reforçar a sua competitividade económica, em economias já destruídas e afundadas pelos ditâmes de políticas financeiras fundamentalistas, pelos países membros da UE que dominam actualmente a UE e que afinal mais beneficiaram e continuam a beneficiar da moeda EURO e seu BCE inoperativo! 

De facto, como acontece no caso português é já  insustentável manter o actual nível de fiscalidade face aos miseráveis salários auferidos pelos trabalhadores, os quais não lhes permitem sequer a manutenção da sua família em condições de mera sobrevivência. 

Mas sem querer negociar e impor à TROIKA, soluções alternativas, que passariam pela renegociação da dívida e dos seus juros excessivos (9 mil milhões de euros de juros são incomportáveis para o orçamento português numa conjuntura de recessão económica), o Governo actual PSD/CDS limita-se a dar um passo em frente, aumenta enormemente a carga fiscal impondo e generalizando a fome e a miséria entre as famílias portuguesas, reduz até ao inimaginável o rendimento disponível dos rendimentos do trabalho e dos reformados, liquida os serviços públicos os quais já não têm por onde emagrecer, e arrastam ao colapso definitivo da economia nacional, com a destruição das PME do mercado interno ainda sobreviventes aos anteriores pacotes de austeridade.


Como referido pelo Conselho Económico Social a austeridade brutal imposta por este Governo autista, para além de não se revelar ajustada à realidade económico-social do país, e nos conduzir a um enorme empobrecimento e destruição do tecido económico português, , não resolve nem o problema do défice (receitas fiscais descem enormemente)  nem o problema da dívida (aumenta relativamente ao PIB) e só enfraqueceremos a nossa capacidade negocial para efectivamente resolvermos o problema central da dívida excessiva e dos seus juros excessivos, como aliás comprovado pela própria experiência Grega (pois como sabemos a Grécia fica em stand by, a aguardar o resultado das eleições alemãs, para ser pura e simplesmente expulsa do EURO, com uma mão à frente e outra atrás).         

2 comentários:

  1. Excelente reflexão sobre os últimos acontecimentos que arruinaram Portugal..."levantar a garimpa dos Portugueses" que é como quem diz, resgatar e sublimar a alma...vamos a eles...sejam lá quem forem...somos capazes de fazer um país novo...um abraço fraterno Manuel Salgado Alves

    ResponderEliminar
  2. Não fora a descida generalizada nos países europeus das taxas de juros nos mercados financeiros, e já estaríamos (nós, Espanha, Grécia e Itália) a arder no holocausto do IV REICH!

    ResponderEliminar