sábado, 16 de fevereiro de 2013

ONDE A CORDA DO GOVERNO PASSOS COELHO PODE PARTIR !

Passos Coelho revelou  a sua práxis política: esticar a corda ao máximo, mas sem a partir!
Em primeiro lugar vejamos do que está Passos Coelho a falar, isto é quais os interesses que Passos Coelho está a defender e quais os interesses, que em benefício dos interesses defendidos por Passos Coelho, estão a ser esticados. 

Uma vez que desde que tomou posse o Governo PSD/CDS, as suas medidas foram invariavelmente no sentido de beneficiar os interesses do capital estrangeiro, dos banqueiros e dos grandes grupos económicos, adoptando para esse efeito medidas que visaram a retirada de direitos a quem trabalha, a baixa do custo do trabalho, a retirada de rendimento disponível aos trabalhadores e reformados, e para conseguir tudo isso não hesitou em lançar o país na recessão económica crescente e contínua, mandar para a insolvência milhares de PME, e promover o desemprego galopante e um exército de desempregados permanente, como forma de pressionar a baixa contínua dos salários nas empresas privadas, para depois com base nesses baixos salários serem "abaixados" os salários da função pública.

Portanto de um lado da corda, estão os interesses que comandam a política económica do governo:capital estrangeiro  (o qual  tem abocanhado as melhores empresas públicas); os banqueiros (os quais têm feito um negócio da "china" ao ganharem centenas de milhões de euros, à custa do diferencial de taxas do BCE -aonde vão buscar o dinheiro a 1% - e as taxas da dívida soberana -emprestam esse dinheiro a mais de 4% ao Estado); os grupos económicos  monopolistas, como a GALP, a EDP (os quais praticam preços de monopólio - preços acima dos preços da concorrência se ela existisse de facto).

Do outro lado da corda estão os interesses de quem tem de trabalhar (ou já trabalhou) para assegurar a sua sobrevivência, de tal forma que esteja apto no "dia seguinte" a continuar a trabalhar.

Vejamos então o que Passos Coelho quer dizer ao referir que não vai deixar a corda partir, ou por outras palavras, não vai matar as "galinhas de ovos de ouro", ou ainda, não vai deixar que "o burro morra por falta de alimento". Trata-se afinal de assegurar o mais baixo custo de trabalho possível a quem trabalha, e de retirar todos os direitos aos trabalhadores, mas sem que estes se tornem 100% escravos, pois que isso obrigaria os interessados (capital estrangeiro, banqueiros, grupos económicos) a assegurar a sua alimentação, saúde e educação, o que estes não querem de facto - e por isso pôem a sede das suas empresas em paraísos fiscais, ou fazem reverter os lucros para as suas SGPS, as quais antes foram isentas de impostos por "leis apropriadas"!

Que significa "não partir a corda" no que se refere aos reformados?

Os reformados são vistos como uma varável negativa do modelo económico financeiro de Passos Coelho e Gaspar, logo são uma variável a eliminar. Aqui o Governo na prática quer mesmo partir a corda!
Portanto o Governo de Passos Coelho no caso dos reformados, adopta uma práxis política NAZI sem qualquer disfarce: espolia-os progressivamente dos rendimentos das suas reformas, de tal forma que possam morrer mais depressa, e nunca é demais fazer-lhes saber que estão a mais na sociedade.  Para além do mais o seu trabalho passado enriqueceu o país, o que é contrário aos objectivos do governo Passos Coelho que assume até explicitamente querer o seu empobrecimento.
Os reformados estão para o Governo de Passos Coelho assim como os judeus estavam para o Governo de Hitler, por isso o desígnio é o mesmo: que morram e quanro mais depressa melhor!


Que significa "não partir a corda" no caso dos trabalhadores?

Em primeiro lugar o Governo de passos Coelho faz questão em  que eles saibam que se sobrevivem é por que o capital estrangeiro, os banqueiros e os grupos económicos, toleram a sua sobrevivência, por isso devem revelar total submissão a esses senhores e não devem ambicionar ter quaisquer direitos sócio-laborais: por isso retira-lhes progressivamente todos os direitos conquistados (das 8 horas, das horas extraordinárias, dos feriados, do direito a manter o emprego).

Tudo isso é efectuado com a benção das associações "patronais", e com o colaboracionismo esforçado da central UGT dita dos trabalhadores, mas só e efectivamente para melhor permitir que sejam "lixados" em favor dos donos do negócio.

Com um exército crescente de desempregados promovido deliberadamente pelo governo de Passos Coelho, fica assegurada a baixa contínua dos salários, e instala-se o "salve-se quem puder" entre todos os trabalhadores no activo e no desemprego; os mais espertos correm para a emigração, o que é também um objectivo de passos Coelho, nomeadamente se remeterem para cá os seus rendimentos de trabalho de emigrantes (não esquecer que um trabalhador lá fora ganha numa semana o que um trabalhador ganha cá dentro num mês!).

Partir a corda no caso dos trabalhadores seria na óptica do governo de Passos Coelho, que os mesmos assumissem que de facto são escravos e portanto começassem a exigir aos seus donos esclavagistas que lhes dessem alimentação, habitação, saúde e educação!
Não faltava mais nada! Se a escravatura  fosse mais rentável para os donos do negócio, nunca teria sido abolida!

Por isso é importante para o Governo de Passos Coelho que os trabalhadores acreditem na CGTP e que esta central sindical que sempre pôs os trabalhadores a correr atrás da inflação (a CGTP está ao serviço da estratégia política  do PCP e não ao serviço da luta por melhores salários dos trabalhadores)   fique satisfeita por ter mais trabalhadores descontentes nas suas manifestações, e que claro saiba domestica-los! O PCP é que sabe, e como é um partido perdedor em termos do poder político, os trabalhadores são também perdedores.
A CGTP e o PCP, bem como o BE  só seriam ameaças se conquistassem o poder político, mas os "media" ao serviço dos donos do negócio, encarregam-se de assegurar que os eleitores tenham a cabeça ocupada com o futebol e com Fátima, e que na hora certa votem como lhes é aconselhado pelos próprios "media", com a conivência dos dirigentes do futebol e da igreja , os quais aliás beneficiam de elevados benefícios fiscais ...por isso mesmo!

Ao mesmo tempo difunde-se a ideia entre os que ousam abrir os olhos e denunciarem a corrupção do sistema (tornado cleptocrático) que o melhor é não votarem, para não caucionarem este sistema corrupto. Resultado só votam os fundamentalistas do futebol e de Fátima e nos mesmos (PS/PSD/CDS): uma maravilha pois estes partidos sabem comer na mão do dono (ou seja do capital estrangeiro, dos banqueiros e dos grupos económicos monopolistas).


Em suma não partir a corda para o governo de Passos Coelho:

- será  saber manter o PR encurralado no seu palácio presidencial, com medo do povo e com medo do seu passado de cidadão cavaco Slva, ligado às mais valias do BPN;
- será manter em su sítio o PCP, o BE e a CGTP, por forma a estes manterem os trabalhadores o quanto baste "domesticados", e a aceitarem ser tratados como escravos no trabalho, mas sem assumirem que são escravos (uma questão de rentabilidade, pois os escravos ficariam mais caros);

- manter os trabalhadores super explorados, sem direitos laborais, mas com força suficiente para se levantarem e irem de novo e de forma quotidiana, enriquecer os seus senhores (os donos do negócio);
- que a Igreja Católica mantenha uma influência relevante sobre a vontade divina de que haja pobres por um lado e ricos cada vez mais ricos á custa desses pobres, mas que seja o convincente suficiente para fazer acreditar esses pobres. de que terão á sua espera o reino dos céus (ao qual os ricos, não terão acesso, por que já têm o céu na terra, oferecido pelo Deus Dinheiro). 

Mas para o Governo passos Coelho a corda já pode partir:

- ao nível dos Reformados, os quais deveriam era assumir o suicídio, e se  não ganharem vergonha na cara (se começarem a protestar) até ficam obrigados a usar um dístico no peito a identifica-los: "REFORMADO";
- ao nível dos Desempregados, os quais devem assumir que estão a mais no nosso país e devem mesmo emigrar (nomeadamente os Jovens), e não se esquecerem de enviar para cá as suas remessas de emigrantes, pois isso dá geito à balança de pagamentos; Os desempregados já nos 50 e com desemprego em longa duração (ou seja sem hipótese de arranjarem trabalho de novo) devem ser considerados descartáveis tal como os reformados: todos "judeus";
- as Famílias, já são descartáveis pois afinal também só serviriam para aumentar ainda mais o exército de desempregados, os quais dessa forma poderiam ficar mesmo loucos e começarem a invadir as empresas ...para arranjarem trabalho por uma sopita. Famílias só para os donos do negócio, pois quem trabalha nem para si próprio ganha quanto mais para ter família!














     

Sem comentários:

Enviar um comentário