Quando está em causa o atraso económico de um país em relação a outro ou outros países, temos de analisar o porquê dessa afirmação, e de procurarmos concluir sobre as reais necessidades económico-sociais do país em questão.
Referindo-nos ao período colonialista propriamente dito, quando o país colonizador queria fazer lucros fáceis à custa do país colonizado, procurava explorá-lo e extorquir-lhe as suas riquezas naturias, (nem que fosse á força):
-foi o caso da "saque" do ouro, dos Diamantes. do petróleo (o que continua acontecendo), e até de "escravos" (pessoas livres eram tornadas escravas para serem comercializadas no país colonizador por comerciantes que apenas queriam fazer dinheiro);
-foi o caso das monoculturas do café, do cacau, da borracha, etc
Aparentemente, os países colonizadores estariam até a fazer crescer económicamente os países colonizados, no entanto estavam de facto a sub desenvolver esses países, a criar-lhes dependências económico-sociais, as quais em tempo de crise de comercialização desses produtos, originavam períodos de fome e de sub-alimentação nas respectivas populações, pois para implantar essas monoculturas, eram ao mesmo tempo destruídas as bases agrícolas de auto-subsistência alimentar das respectivas populações.
Foi o que aconteceu de certa forma a Portugal aquando da sua adesão à UE: os países do centro, altamente especializados na produção industrial e agrícola, com a desculpa das vantagens divisão internacional do trabalho, puseram Portugal a especializar-se nas produções tradicionais (têxteis, calçado, vinho, cortiça, ...) e até nos deram dinheiro, para abate das produções agrícolas e pesqueiras familiares, as quais eram fundamentais para o nosso auto-sustento alimentar.
Em períodos de crise (como o actual) Portugal fica pasmado de não ter autosuficiência alimentar e pesqueira, e pergunta como foi possível receber milhões da UE e permanecermos ainda mais dependentes (subdesenvolvidos) em relação a esses produtos essenciais.
E vem-nos á memoria a política "fontista" dos Governos de Cavaco Silva, que meteram o dinheiro da UE no betão das auto-estradas (para contentamento dos grupos económicos poderosos ligados às Obras Públicas), e que apesar de toda a sapiência económica do Professor, nada foi feito para desenvolver a nossa agricultura e pesca, nem para modernizar a nossa indústria exportadora.
E claro, como os fundos da UE pararam, os Governos de Sócrates, para saciarem os apetites insaciáveis desses grandes grupos económicos ligados às Obras Públicas (bons financiadores dos partidos políticos do arco do poder), lá foram fazendo as Parcerias Público privadas que puxaram o endividamento do país para cima, ao mesmo tempo que promoviam subdesenvolvimento: temos boas auto-estradas, mas faltam-nos os produtos para exportarmos ... e estamos sobre-endividados!
Mas pelo menos no Governo de Sócrates, este conseguiu induzir a modernização das indústrias exportadoras, para além de ter aplicado as novas tecnologias no ensino público, e na administração do estado, desburocratizando este. Esse foi um facto que explica o constante crescimento das nossas exportações mesmo neste período de crise.
Mas os países colonizadores não aplicaram políticas de desenvolvimento económico-socias nos países colonizados, pois caso o tivessem efectuado, esses países colonizados não sofreriam de subdesenvolvimento!
Isto é, um país pode estar a tornar-se subdesenvolvido a par de estar a crescer económicamente, pois o crescimento económico pode nada ter a ver com o desenvolvimento económico-social.
O desenvolvimento económico social de um país tem de respeitar o desenvolvimento regional integrado desse país: as suas reais necessidades alimentares, as suas reais necessidades de bens sociais de educação, saúde, de habitação e de infra-estruturas adequadas, por forma a que o seu desenvolvimento económico seja auto-sustentável, não pondo em causa a sua soberania nacional sobre os seus recursos naturais e humanos.
Por isso o colonialismo nunca aplicou políticas de desenvolvimento nos países colonizados, mas antes de crescimento económico anárquico, sem olhar às necessidades económico-sociais desses países.
Como é óbvio, esse "SAQUE" dos países colonizadores sobre os países colonizados, incluíam a aculturação de costumes e hábitos dos povos colonizados, visando a criação de necessidades artificiais e supérfluas, por forma a que os países colonizadores exportassem para os países colonizados produtos industriais, que só serviam para fazerem mais lucros á custa do fomento de um consumismo exacerbado junto das populações locais.
E tal como ainda hoje acontece no caso das explorações petrolíferas, os países colonizadores, aliados às classes dirigentes dos países colonizados (que enriquecem) além de promoverem o subdesenvolvimento originam ainda catástrofes ambientais, pois não respeitam minimamente os equilíbrios ecológicos, os quais são esmagados perante a senda do lucro máximo no mais curto prazo possível!
Isto para concluir que não é correcto imputar a palavra desenvolvimento ao colonialismo. Um país em vias de crescimento, não é a mesma coisa que um país sub-desenvolvido, e até pode ter indicadores económico-sociais qualitativos, avançados : boa auto-suficiência alimentar, harmonia e paz social, educação adequada às necessidades reais da população, boas condições de saúde, etc..
Mas um país, com maiores índices de crescimento económico, pode de facto ser sub-desenvolvido, se foi sujeito a crescimento económico, desenquadrado de uma estratégia de desenvolvimento económico-social, podendo sofrer como é o caso dos países colonizados em geral, de fortes dependências ao nível da sua auto-suficiência alimentar, de dependência cultural e religiosa do país colonizador que não sabe respeitar as suas crenças e práticas religiosas, de falta de liberdade de imprensa, de desigualdades gritantes nas suas classes sociais, de falta de acesso a bens essenciais como a saúde e a educação, etc.
E geralmente esse crescimento económico que gera sub-desenvolvimento no país colonizado, provoca igualmente desequilíbrios nos ecossistemas naturais, e poderá causar dificuldades de sobrevivência a algumas espécies de animais, se o seu comércio ou a sua morte se revelar lucrativa. Tais situações são impensáveis, se existisse uma estratégia de desenvolvimento económico-social sustentável.
A palavra desenvolvimento surgiu já no pós-colonialismo, pois a palavra utilizada pelo colonialismo era meramente o crescimento económico (desequilibrado) e provocando ele próprio o subdesenvolvimento desses países colonizados.
A palavra desenvolvimento é incompatível com o crescimento económico desequilibrado, fomentado pelos países colonizadores, e que gerava de facto o subdesenvolvimento económico-social desses países colonizados.
A palavra desenvolvimento económico-social tem a ver com a denúncia dos desequilíbrios económicos, sociais e ambientais, provocadas com as políticas de crescimento económico ditadas pelos países colonizadores, as quais apenas se preocupavam em gerar lucros avultados e fáceis à custa do subdesenvolvimento dos países colonizados.
A necessidade de ser promovido o desenvolvimento económico-social, enquadrando preocupações de desenvolvimento regional integrado, e eco-ambientais, evitando desequilíbrios ecológicos, levou á adopção do termo desenvolvimento Sustentável, pela ONU, o qual "foi usado pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pelaComissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado em 1983 pelaAssembleia das Nações Unidas".
Referindo-nos ao período colonialista propriamente dito, quando o país colonizador queria fazer lucros fáceis à custa do país colonizado, procurava explorá-lo e extorquir-lhe as suas riquezas naturias, (nem que fosse á força):
-foi o caso da "saque" do ouro, dos Diamantes. do petróleo (o que continua acontecendo), e até de "escravos" (pessoas livres eram tornadas escravas para serem comercializadas no país colonizador por comerciantes que apenas queriam fazer dinheiro);
-foi o caso das monoculturas do café, do cacau, da borracha, etc
Aparentemente, os países colonizadores estariam até a fazer crescer económicamente os países colonizados, no entanto estavam de facto a sub desenvolver esses países, a criar-lhes dependências económico-sociais, as quais em tempo de crise de comercialização desses produtos, originavam períodos de fome e de sub-alimentação nas respectivas populações, pois para implantar essas monoculturas, eram ao mesmo tempo destruídas as bases agrícolas de auto-subsistência alimentar das respectivas populações.
Foi o que aconteceu de certa forma a Portugal aquando da sua adesão à UE: os países do centro, altamente especializados na produção industrial e agrícola, com a desculpa das vantagens divisão internacional do trabalho, puseram Portugal a especializar-se nas produções tradicionais (têxteis, calçado, vinho, cortiça, ...) e até nos deram dinheiro, para abate das produções agrícolas e pesqueiras familiares, as quais eram fundamentais para o nosso auto-sustento alimentar.
Em períodos de crise (como o actual) Portugal fica pasmado de não ter autosuficiência alimentar e pesqueira, e pergunta como foi possível receber milhões da UE e permanecermos ainda mais dependentes (subdesenvolvidos) em relação a esses produtos essenciais.
E vem-nos á memoria a política "fontista" dos Governos de Cavaco Silva, que meteram o dinheiro da UE no betão das auto-estradas (para contentamento dos grupos económicos poderosos ligados às Obras Públicas), e que apesar de toda a sapiência económica do Professor, nada foi feito para desenvolver a nossa agricultura e pesca, nem para modernizar a nossa indústria exportadora.
E claro, como os fundos da UE pararam, os Governos de Sócrates, para saciarem os apetites insaciáveis desses grandes grupos económicos ligados às Obras Públicas (bons financiadores dos partidos políticos do arco do poder), lá foram fazendo as Parcerias Público privadas que puxaram o endividamento do país para cima, ao mesmo tempo que promoviam subdesenvolvimento: temos boas auto-estradas, mas faltam-nos os produtos para exportarmos ... e estamos sobre-endividados!
Mas pelo menos no Governo de Sócrates, este conseguiu induzir a modernização das indústrias exportadoras, para além de ter aplicado as novas tecnologias no ensino público, e na administração do estado, desburocratizando este. Esse foi um facto que explica o constante crescimento das nossas exportações mesmo neste período de crise.
Mas os países colonizadores não aplicaram políticas de desenvolvimento económico-socias nos países colonizados, pois caso o tivessem efectuado, esses países colonizados não sofreriam de subdesenvolvimento!
Isto é, um país pode estar a tornar-se subdesenvolvido a par de estar a crescer económicamente, pois o crescimento económico pode nada ter a ver com o desenvolvimento económico-social.
O desenvolvimento económico social de um país tem de respeitar o desenvolvimento regional integrado desse país: as suas reais necessidades alimentares, as suas reais necessidades de bens sociais de educação, saúde, de habitação e de infra-estruturas adequadas, por forma a que o seu desenvolvimento económico seja auto-sustentável, não pondo em causa a sua soberania nacional sobre os seus recursos naturais e humanos.
Por isso o colonialismo nunca aplicou políticas de desenvolvimento nos países colonizados, mas antes de crescimento económico anárquico, sem olhar às necessidades económico-sociais desses países.
Como é óbvio, esse "SAQUE" dos países colonizadores sobre os países colonizados, incluíam a aculturação de costumes e hábitos dos povos colonizados, visando a criação de necessidades artificiais e supérfluas, por forma a que os países colonizadores exportassem para os países colonizados produtos industriais, que só serviam para fazerem mais lucros á custa do fomento de um consumismo exacerbado junto das populações locais.
E tal como ainda hoje acontece no caso das explorações petrolíferas, os países colonizadores, aliados às classes dirigentes dos países colonizados (que enriquecem) além de promoverem o subdesenvolvimento originam ainda catástrofes ambientais, pois não respeitam minimamente os equilíbrios ecológicos, os quais são esmagados perante a senda do lucro máximo no mais curto prazo possível!
Isto para concluir que não é correcto imputar a palavra desenvolvimento ao colonialismo. Um país em vias de crescimento, não é a mesma coisa que um país sub-desenvolvido, e até pode ter indicadores económico-sociais qualitativos, avançados : boa auto-suficiência alimentar, harmonia e paz social, educação adequada às necessidades reais da população, boas condições de saúde, etc..
Mas um país, com maiores índices de crescimento económico, pode de facto ser sub-desenvolvido, se foi sujeito a crescimento económico, desenquadrado de uma estratégia de desenvolvimento económico-social, podendo sofrer como é o caso dos países colonizados em geral, de fortes dependências ao nível da sua auto-suficiência alimentar, de dependência cultural e religiosa do país colonizador que não sabe respeitar as suas crenças e práticas religiosas, de falta de liberdade de imprensa, de desigualdades gritantes nas suas classes sociais, de falta de acesso a bens essenciais como a saúde e a educação, etc.
E geralmente esse crescimento económico que gera sub-desenvolvimento no país colonizado, provoca igualmente desequilíbrios nos ecossistemas naturais, e poderá causar dificuldades de sobrevivência a algumas espécies de animais, se o seu comércio ou a sua morte se revelar lucrativa. Tais situações são impensáveis, se existisse uma estratégia de desenvolvimento económico-social sustentável.
A palavra desenvolvimento surgiu já no pós-colonialismo, pois a palavra utilizada pelo colonialismo era meramente o crescimento económico (desequilibrado) e provocando ele próprio o subdesenvolvimento desses países colonizados.
A palavra desenvolvimento é incompatível com o crescimento económico desequilibrado, fomentado pelos países colonizadores, e que gerava de facto o subdesenvolvimento económico-social desses países colonizados.
A palavra desenvolvimento económico-social tem a ver com a denúncia dos desequilíbrios económicos, sociais e ambientais, provocadas com as políticas de crescimento económico ditadas pelos países colonizadores, as quais apenas se preocupavam em gerar lucros avultados e fáceis à custa do subdesenvolvimento dos países colonizados.
Dados os abusos eco-ambientais provocados pelo crescimento económico, não enquadrado em estratégias de desenvolvimento económico-sociais, e apenas prosseguindo o máximo lucro, no mais curto prazo de tempo, ainda que à custa de desequilíbrios ecológicos, e nomeadamente do esgotamento dos recursos naturais não renováveis, surgiu a noção da necessidade da promoção de um desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável visa permitir que os países e respectivas populações, "atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais". |
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