quarta-feira, 25 de abril de 2012

PALHAÇADA À MODA PORTUGUESA !


Ao desvalorizar, ou ao passar ao lado da forte crise económico-social provocada pela política desastrada de austeridade imposta pelo Governo ao país sob a batuta da TROIKA a qual está a provocar estragos demasiado visíveis derivados do acentuar da recessão económica provocada pela redução crescente do poder de compra dos cidadãos:
-  elevado nível de desemprego português (18% ) a caminho dos 20%;
-do facto de cerca de 25 PME fecharem as portas todos os dias;
-de cerca de 20 famílias entregarem todos os dias as suas casas aos bancos;
- centenas de estudantes Universitários abandonam os seus estudos por falta de meios monetários;
Cavaco está a demonstrar não só que tem vergonha da realidade económico-social portuguesa, (por isso a ignora) mas sobretudo que considera essa realidade económico-social desprezível, como coisa de um submundo habitado por uma sub-classe de cidadãos portugueses: os trabalhadores em geral.

Ao invés de pretender  resolver os problemas derivados de uma política económica governamental que afectam negativamente a economia portuguesa  e condena à falência as PME que produzem para o mercado interno e condena à miséria social os trabalhadores e suas famílias, Cavaco  prefere falar de um Portugal dos Grandes, enchendo o seu ego com os bons exemplos que existem em algumas empresas quanto á tecnologia de ponta, e aos altos e nobres cargos ocupados por portugueses no estrangeiro, não faltando a alusão à imensidão do nosso mar!

E se o Governo se prepara (ou faz de conta que se prepara) para "esfaquear os serviços públicos" começando por convidar ao auto-desemprego milhares de funcionários públicos e Professores, ameaçando pelo caminho que os reformados e pensionistas vão uma vez mais ser o "burro de carga", eis que o PR convoca o Conselho de Estado, não para discutir a tragicomédia de um Governo avespinhado, mas para discutir o "pós-troika, o médio prazo, esquecendo que no médio prazo "estaremos todos mortos"!

Assim sendo Cavaco deixou de ser o Presidente de todos os portugueses, pois despreza e ignora os trabalhadores em geral, e por isso assina de cruz todas as propostas do Governo que vão no sentido de tornar essa sub-classe cada vez mais escrava: sem direitos! Essa sub-classe dos trabalhadores em geral,  deve estar disponível para vender a sua força de trabalho se para isso houver oportunidade. Quanto aos reformados dessa sub-classe, o tempo se encarregará de os fazer desaparecer, caso teimem em não se suicidar!

Fica assim explicado por que Cavaco entende não estar a pisar a CRP quando ajuda o Governo a espoliar-nos dos rendimentos do trabalho e das reformas: é que para Cavaco há o Portugal dos Grandes e nós trabalhadores e reformados somos de outro clube, pertencemos ao Portugal dos Pequeninos, seremos talvez semi-cidadãos,  mas de certeza que somos uma sub-classe de cidadãos sem direitos Constitucionais.

Na lógica, embora Cavaco não o tenha dito ainda, nem devíamos ter direito a voto, pois só os cidadãos da Acrópole (os integrantes do Portugal dos grandes) deveriam ter esse direito de cidadania.

O azar de Cavaco começará no dia em que os trabalhadores em geral, os tais que são tratados como uma sub classe de um sub-mundo português, resolverem votar, e votar nos partidos que de facto defendem os seus interesses, e não meramente os interesses dos grandes grupos económicos, como tem acontecido relativamente aos partidos que têm conseguido a maioria dos votos até hoje!

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