sexta-feira, 20 de abril de 2012

PERDOAR OU CRIMINALIZAR?



Como perdoar esta situação, de touradas, rodeos, circos com animais selvagens, premeditada e repetida de forma psicopata, pelos seres humanos, fazendo sofrer cruelmente  o animal , e ainda por cima tendo o descaramento de apelidar esse espectáculo bárbaro de "festa" e de "espectáculo cultural" ? Trata-se de facto de cultura da violência, que ofende a personalidade dos jovens e das crianças que vêm nos animais seres pacíficos e amigos, e não compreendem nem aceitam tamanha crueldade sobre os mesmos cometida por alguns seres humanos!

Claro que esses animais, seja o Boi, seja o Touro, seja o Elefante, são animais  sencientes, tal como nós seres humanos, têm órgãos sensoriais, têm sistema nervoso e têm cérebro não podemos perdoar esses actos premeditados e repetidos com enorme sadismo por quem os pratica! E como permitir o desporto da caça, a animais selvagens, o qual reside essencialmente no assassinato de animais indefesos pelo caçador armado?

Como é possível tamanha covardia do ser humano, perante animais perfeitamente pacíficos como por exemplo no caso dos elefantes? Como pode o REI de Espanha merecer o perdão do mundo, quando se quer armar em herói ao assassinar elefantes indefesos?

 Dizemos às crianças que os animais são nossos amigos, mas para sermos coerentes temos de conseguir alterar o código civil, por forma a que este deixe de considerar os animais como meras coisas!

As pessoas podem ganhar dinheiro dedicando-se a negócios que não façam sofrer outrem, por isso o ganhar dinheiro não pode ser aceite como desculpa para existirem esses espectáculos sanguinários da tourada, e o mesmo se aplica aos circos: como justificar, que em nome do lucro, animais selvagens sejam retirados do seu habitat natural e metidos em jaulas dos camiões dos circos?

O perdão perante actos criminosos repetidos, de forma amoral, e sem arrependimento manifesto, favorece o abuso do poder político-social, favorece o assédio moral nas empresas, favorece a prática do "bullying" nas escolas e universidades, e  perdoar, sem correspondente arrependimento pelos autores desses abusos repetidos é na prática favorecer a sua repetição e ocorrência sobre seres inocentes.

2 comentários:

  1. A questão que se me põe é a seguinte:

    Porque não se faz da tourada, um espectaculo de brincadeira e não de violência? No Oriente, nomeadamente na Tailandia, fazem-se espectaculos com cobras, em que se mostra a sua pacividade e convivência harmoniosa com o artista (domador). Porque não se faz o mesmo com o touro, e em vez de ser despertada a sua furia, que logo será dominada, pelo toureio até chegar-se ao sangramento? Porque não se desperta a alegria no animal? Porque não se incita o touro à corrida atrás de uma bandeira verde? Por acaso nós temos o verde e o vermelho na bandeira, porque não se usa esta cor? Derpertar a animação, a corrida, sem fúria e sem sangue, convertendo-se a tourada num espectaculo de paz e de riso, de convivio com o animal, deverá ser possivel...Porque não se experimenta? Recrie-se a tourada à Portuguesa...Poderiamos até ficar na história por isso....

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  2. Caras amigas e amigos,
    Quanto à pena de morte, os países que a aplicam penalmente têm as suas razões (por exemplo nos EUA a razão fundamental é que a abolição da pena de morte implicaria por certo a proibição de os cidadãos terem armas "à balda", e esse é um negócio de biliões e até nacional). Nos países que já aboliram a pena de morte (e por acréscimo o uso de armas pessoais é bem controlado), a soluição passará pela reeducação do criminoso psicopata, e na falta de solução médico-social, então as penas deveriam ser prorrogadas por interesse cívico (pois estaria em causa a protecção vidas de inocentes, perante o impulso assassino amoral do assassino psicopata).
    No caso dos animais somos confrontados:
    -com a ausência de direitos, e ainda pior, com o facto de serem considerados "coisas" no código civil! Logo a criminalização de quem ganha lucros à custa do seu assassinato (caça), da sua tortura e sofrimento (touradas e circos) ou da sua matança massiva (matadouros), é inexistente!
    -as associações de animais deveriam constituir-se em lobbie forte, a nível nacional perante o poder político (deveria ser formada uma federação nacional zoófila), por forma a contrariar a ausência de direitos dos animais provocada pelos interesses económicos ligados à crueldade que contra eles são cometidas (associações de caça, associações tauromáquicas-que até conseguem subsídios do Estado para promover esses espectáculos bárbaros, empresários dos circos, etc).
    -no caso português existe um "partido pelos animais e pela natureza", que apesar de posicionar muito bem teoricamente o problema (visão biocêntrica do universo por forma a serem defendidos valores éticos universais e não meramente humanistas), na prática tem-se revelado impotente e inoperacional na defesa dos direitos dos animais. De qualquer das formas é o único partido que defende a 100% que os animais devem ter direitos e procura defender os direitos dos animais da forma como pode (todos os outros partidos são atravessados por interesses que perturbam essa defesa a 100% dos animais- veja-se o caso paradigmático de "os verdes", relativamente às touradas).
    Portanto o verdadeiro problema reside na eficaz criminalização da violência cometida contra o animal, e isso pressupõe a mudança de estatuto jurídico dos animais, e o considerar que têm personalidade jurídica.
    Até ver os partidos parlamentares têm demonstrado uma grande covardia na defesa efectiva dos direitos dos animais!
    Mas mesmo constituindo um avanço a vossa proposta de não provocar sofrimento sangrento ao animal, a verdade é que o sofrimento psíquico permanece, e pode-se perguntar: como justificar que seja inculcado esse sofrimento psíquico ao animal touro, só por causa do lucro?

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