sábado, 28 de abril de 2012

UNIVERSITÁRIOS VERSOS UNIVERSIDADE DO PORTUGAL FEUDAL!


1. CONSEQUÊNCIAS DA  "AUSTERIDADE"  PARA OS UNIVERSITÁRIOS

As famílias como consequência da recessão económica provocada por esta desastrada política económica do Governo (trata-se apenas de destruir a economia) entregam as suas casas à banca, e chamam os seus filhos universitários a casa para emigrarem!


O estudante do ensino superior, cuja família não tenha possibilidades económicas asseguradas para pagar o seu curso (propinas, viagens, estadia, alimentação, custos com livros) e que tenha acesso a crédito, começa a interrogar-se: vale a pena chegar ao fim do curso e ter uma dívida substancial à Banca /Universidade, e nem sequer ter uma colocação de trabalho correspondente às habilitações respectivas ?


E esse sentimento de frustração dos jovens recém-licenciados, não se estenderá aos próprios estudantes recém admitidos nas faculdades e mesmo aos estudantes que estão a acabar o 11º ano de escolaridade?
E será que os próprios professores não se sentirão invadidos por uma onda de desilusão pela contradição que a sociedade real vem implicando na satisfação dos objectivos que presidiram à formação  dos jovens recém licenciados?


É que 35% de desemprego entre os jovens, faz-nos mesmo pensar a nós e aos próprios jovens se fará afinal sentido algum os mesmos apostarem esforçadamente na sua formação superior, nomeadamente quando para finalizarem essa formação se vêm forçados a endividarem-se!


2. A UNIVERSIDADE TRANSFORMADA NUMA  "CONFRARIA" DOS DOUTORES ?

As Universidades ainda carreiam no seu seio valores medievais, visíveis nomeadamente nos processos de doutoramento os quais estão organizados mais para fomentarem a entrada nas Cátedras Universitárias (associados ao prestígio dos "senhores feudais") que propriamente de fomentar a capacidade pedagógica e de investigação  dos docentes universitários ao longo da sua carreira de docente.


Essa vertente "feudal"ainda acentuada na Universidade  portuguesa, acarreta uma distância já não justificada entre a Universidade e as Empresas, a qual importa diminuir, e uma das vertentes para aproximar a Universidade  da Empresa, poderá ser a alteração das carreiras académicas dos professores universitários: os docentes universitários deveriam ter uma carreira pautada pela demonstração e avaliação da sua capacidade pedagógica e de investigação científica plasmada ao longo da sua experiência académica, a qual se devia iniciar com a frequência e avaliação obrigatória de disciplinas da área pedagógica.


As empresas de excelência  transformaram-se em regra, em autênticos laboratórios do conhecimento novo, propiciando a invenção e a inovação, fundamentais ao desenvolvimento sustentável do país. Ora interessaria que as Universidades se despissem dos seus vestígios feudais / catedrático-doutorais (que  tendem a transforma-las em "confrarias" nobiliárquicas)  e dessem o primado à investigação quer na área das ciências sociais quer na área das ciências exactas, aproximando-se e enriquecendo-se dessa forma com a prática laboratorial e experimental das empresas.


Tal  como as PME que produzem para o mercado interno são colocadas a caminho da insolvência provocado pela redução forçada do poder de compra dos cidadãos, seja pelos sucessivos aumentos de impostos, seja pela espoliação arbitrária e inconstitucional dos rendimentos dos trabalhadores e reformados , operados pelo Governo e PR, as Universidades são confrontadas com o emagrecimento do seu financiamento público.


Assim ou  adoptam uma gestão propiciadora do aumento das suas receitas próprias (cursos de especialização pós graduada, em parceria com as boas Empresas), ou reduzem fortemente o seu corpo docente, em linha com a própria redução da população estudantil,  eliminando alguns cursos supérfluos, os quais só nominalmente são diferentes dos cursos centrais.


 

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