Em Janeiro de 2005 começou a funcionar oficialmente a liberalização internacional do comércio dos texteis, provocando em consequência um aumento exponencial da concorrência internacional.
O aumento da concorrência internacional favorece a competitividade internacional , e favorece nomeadamente os países que detêm os factores mais competitivos, seja ao nível das tecnologias, do design e da marca, das patentes, ..., e dos custos de produção, entre os quais a mão de obra, a electricidade, os combustíveis e as matérias primas.
O custo das Matérias Primas, não é muito diferenciado para os países produtores de texteis e vestuário em presença no panorama do comércio internacional.
Já questão da electricidade e dos combustíveis tem-se revelado extremamente desfavorável às PME portuguesas, já que funcionam no regime de monopólio, e foram entregues á gestão e propriedade privadas. Como consequência temos os combustíveis e a electricidade das mais caras da UE, e se comparamos esses custos com a nossa vizinha Espanha, os custos portugueses são mais caros em cerca de 30%.
O Governo português nomeia autoridades reguladoras e da concorrência, as quais nem coragem têm para impôr que os preços dos combustíveis e da electricidade não sejam pelo menos superiores aos preços em média praticados na UE.
Quanto aos salários, e por que os Lobbies empresariais não têm sabido opôr-se aos outros aumentos de preços (caso dos combustíveis, os quais têm preços supra-normais), e como consequência têm feito pressão junto dos Governos para que os salários não subam, e isso de tal forma que temos os salários mais miseráveis da UE, os quais já roçam o nível da indigência, e não asseguram sequer a sobrevivência digna dos trabalhadores.
Assim o custo horário da mão de obra portuguesa era cerca de um terço da mão de obra alemã, e menos de metade do custo horário da mão de obra Espanhola e Italiana.
Mas se comparada com Marrocos, o custo horário da mão de obra portuguesa era já o dobro da praticada em Marrocos, e se comparado o custo horário da mão de obra portuguesa com o custo da mão de obra indiana e chinesa , então a mão de obra portuguesa teria um custo horário superior a 10 vezes esse custo de mão de obra asiático.
Por isso e como desde 1995 se sabia que a liberalização do comércio mundial nos texteis iria ser um facto, deveriam os Governos portugueses ter procedido à indispensável reconversão da industria textil e do vestuário, por forma a acautelar quer a viabilidade das PME desse sector, quer por forma a garantir competitividade ao nível das exportações para a UE e para o resto do mundo.
Tal reconversão teria de passar pela modernização da tecnologia produtiva das PME, (garantindo maior produtividade), pela inovação, pela consagração do design e da marca patenteada dos seus produtos.
Como é hábito, os governantes do PSD e do PS nada fizeram, dedicaram-se às Parceria Público Privadas, as quais envolvem milhares de milhões de euros aplicados no betão, mas que dão "luvas" para os cofres partidários: fomentam obras não reprodutoras e fomentadoras da dívida soberana, e esta pouca vergonha já dura desde os governos de Cavaco Silva!
Resultado, desde 1995 a 2004, perderam-se cerca de 140 000 postos de trabalho no sector textil, como consequência de falências de PME ditadas pena não reconversão atempada das mesmas face à liberalização do comércio internacional, o quual apesar de entrar em vigor em 2005, já estava sendo na prática aplicado há alguns anos, mercê dos acordos preferenciais estabelecidos entre a UE e os países do Magreb.
Como não há viabilidade alguma de praticarmos os custos salariais asiáticos, todas as empresas do sector textil que não reconverteram as suas tecnologias, nem o design dos seus produtos, e que apenas queriam ser competitivas à custa do abaixamento salarial dos trabalhadores portugueses, ficaram irremediavelmente condenadas á falência.
E quer no Vale do Ave, quer na Covilhã, quer em todos os lugares em que existiam PME do sector têxtil, sem tecnologia de ponta, sem design e marca do produto, se verificaram falências e fechos sucessivos dessas PME, tornadas não competitivas pela liberalização do comércio internacional, e pela inaptidão da sua gestão empresarial.
Natacha Romão, chama-nos a atenção (e nós estamos de acordo) de que relativamente à Covilhã, e nas zonas em que existe pastoreio de ovelhas, poderemos questionar porque nos damo ao luxo em Portugal de deitar a lã da ovelhas fora. Materia prima que podia ser aproveitada,valorizada, nomeadamente para a produção artesanal local, podendo originar produtos locais certificados de grande valia para os pastores e criadores de ovelhas . Aquilo que temos, os nossos recursos, aquilo que nos pode tornar especiais e contribuir até para manter produções locais eco-ambientais não pode ser desperdiçado em nome de uma divisão internacional capitalista do trabalho que despreza essas produções locais artesanais. Isto é, devemos apostar na tecnologia mas também nos produtos unicos e tecnicas de produção tradicionais que estão ao nosso dispôr!
Actualmente já foi feita uma grande limpeza natural dessas empresas cuja competividade se baseou apenas e sempre em salários miseráveis. As que não cairam ainda, vão cair e vão fechar, e o Governo meterem dinheiro nessas empresas, é o mesmo que deitarem dinheiro para um buraco sem fundo. O caminho é a formação dos seus trabalhadores, por forma a poderem ser reintegrados em empresas do sector (ou novas) mas com competividade baseada em salários elevados, alta qualidade dos seus produtos e marca patenteada dos mesmos.
A outra situação que vai provocando falências indiferenciadas nas PME exportadoras, tem a ver com a falta de capacidade de gestão de alguns empresários, os quais resistem à contratação de técnicos qualificados quer na área financeira, quer na área produtiva, por que querem perpetuar o "quero mando e posso" dentro dessas empresas.
Com a acumulação dos seus erros de gestão, essas PME acabam por se tornarem inviáveis, e a razão dessa inviabilidade pode mesmo (deveria) ser considerada danosa.
Para evitar essas falências resultantes de gestão danosa de empresários incompetentes, os quais não sabem verdadeiramente ser empresários e que apenas possuem uma mentalidade de comerciante, só mesmo uma co-gestão participada pelos trabalhadores dessas empresas, através das suas estruturas laborais.
Mas os partidos ditos representativos dos trabalhadores, bem como os sindicatos seus satélites, não querem que estes se tornem auto-gestores, pois querem utiliza-los de forma instrumental para as suas estratégias e tácticas políticas.
Assim, para elevar a participação dos trabalhadores na gestão das suas empresas, tornar-se-ia necessário que os seus sindicatos fossem independentes dos partidos políticos que os controlam, ou que os ditos partidos políticos fossem favoráveis à real emancipação dos trabalhadores que dizem falsamente defender, já que isso passaria pela apresentação de propostas legislativas nesse sentido.
Poderemos concluir que o sector textil e do vestuário apresenta duas velocidades distintas: as PME que se modernizaram, que revelaram capacidade de gestão empresarial aos níveis financeiro e do produto (design, marca patenteada, altos padrões de qualidade e elevados salários), estão no caminho da viabilidade e do sucesso empresarial. Pelo contrário as PME que mantiveram a sua gestão tradicional familiar, que não se apetrecharam de técnicos nos domínios financeiro e produtivo, e que apenas baseiam a sua falsa competitividade na mão de obra barata e indigente, estão condenadas à falência seja por gestão danosa, seja porque de facto não são nem serão nunca competitivas, com os produtos de baixa qualidade provenientes dos países asiáticos, os quais praticam salários impraticáveis no nosso país (já que não possibilitariam minimamente a alimentação, a habitação e a saúde de quem trabalha).
De salientar para concluir, que as PME do sector têxtil incluídas na categoria daquelas que apenas baseiam a sua competitvidade em baixos custos salariais, exercem um efeito retrógado sobre a evolução dos rendimentos salariais portugueses, e por isso também sobre a repartição da riqueza nacional (apenas 39% dessa riqueza vai para o trabalho) para além de de facto não serem viáveis a curto e médio prazo no contexto do mercado da UE.
Principais Causas: □Liberalização do Comércio Têxtil e Vestuário Mundial em. 1 Janeiro de 2005: Aumento Exponencial da Concorrência. Internacional; ...
Tal reconversão teria de passar pela modernização da tecnologia produtiva das PME, (garantindo maior produtividade), pela inovação, pela consagração do design e da marca patenteada dos seus produtos.
Como é hábito, os governantes do PSD e do PS nada fizeram, dedicaram-se às Parceria Público Privadas, as quais envolvem milhares de milhões de euros aplicados no betão, mas que dão "luvas" para os cofres partidários: fomentam obras não reprodutoras e fomentadoras da dívida soberana, e esta pouca vergonha já dura desde os governos de Cavaco Silva!
Resultado, desde 1995 a 2004, perderam-se cerca de 140 000 postos de trabalho no sector textil, como consequência de falências de PME ditadas pena não reconversão atempada das mesmas face à liberalização do comércio internacional, o quual apesar de entrar em vigor em 2005, já estava sendo na prática aplicado há alguns anos, mercê dos acordos preferenciais estabelecidos entre a UE e os países do Magreb.
Como não há viabilidade alguma de praticarmos os custos salariais asiáticos, todas as empresas do sector textil que não reconverteram as suas tecnologias, nem o design dos seus produtos, e que apenas queriam ser competitivas à custa do abaixamento salarial dos trabalhadores portugueses, ficaram irremediavelmente condenadas á falência.
E quer no Vale do Ave, quer na Covilhã, quer em todos os lugares em que existiam PME do sector têxtil, sem tecnologia de ponta, sem design e marca do produto, se verificaram falências e fechos sucessivos dessas PME, tornadas não competitivas pela liberalização do comércio internacional, e pela inaptidão da sua gestão empresarial.
Natacha Romão, chama-nos a atenção (e nós estamos de acordo) de que relativamente à Covilhã, e nas zonas em que existe pastoreio de ovelhas, poderemos questionar porque nos damo ao luxo em Portugal de deitar a lã da ovelhas fora. Materia prima que podia ser aproveitada,valorizada, nomeadamente para a produção artesanal local, podendo originar produtos locais certificados de grande valia para os pastores e criadores de ovelhas . Aquilo que temos, os nossos recursos, aquilo que nos pode tornar especiais e contribuir até para manter produções locais eco-ambientais não pode ser desperdiçado em nome de uma divisão internacional capitalista do trabalho que despreza essas produções locais artesanais. Isto é, devemos apostar na tecnologia mas também nos produtos unicos e tecnicas de produção tradicionais que estão ao nosso dispôr!
Actualmente já foi feita uma grande limpeza natural dessas empresas cuja competividade se baseou apenas e sempre em salários miseráveis. As que não cairam ainda, vão cair e vão fechar, e o Governo meterem dinheiro nessas empresas, é o mesmo que deitarem dinheiro para um buraco sem fundo. O caminho é a formação dos seus trabalhadores, por forma a poderem ser reintegrados em empresas do sector (ou novas) mas com competividade baseada em salários elevados, alta qualidade dos seus produtos e marca patenteada dos mesmos.
A outra situação que vai provocando falências indiferenciadas nas PME exportadoras, tem a ver com a falta de capacidade de gestão de alguns empresários, os quais resistem à contratação de técnicos qualificados quer na área financeira, quer na área produtiva, por que querem perpetuar o "quero mando e posso" dentro dessas empresas.
Com a acumulação dos seus erros de gestão, essas PME acabam por se tornarem inviáveis, e a razão dessa inviabilidade pode mesmo (deveria) ser considerada danosa.
Para evitar essas falências resultantes de gestão danosa de empresários incompetentes, os quais não sabem verdadeiramente ser empresários e que apenas possuem uma mentalidade de comerciante, só mesmo uma co-gestão participada pelos trabalhadores dessas empresas, através das suas estruturas laborais.
Mas os partidos ditos representativos dos trabalhadores, bem como os sindicatos seus satélites, não querem que estes se tornem auto-gestores, pois querem utiliza-los de forma instrumental para as suas estratégias e tácticas políticas.
Assim, para elevar a participação dos trabalhadores na gestão das suas empresas, tornar-se-ia necessário que os seus sindicatos fossem independentes dos partidos políticos que os controlam, ou que os ditos partidos políticos fossem favoráveis à real emancipação dos trabalhadores que dizem falsamente defender, já que isso passaria pela apresentação de propostas legislativas nesse sentido.
Poderemos concluir que o sector textil e do vestuário apresenta duas velocidades distintas: as PME que se modernizaram, que revelaram capacidade de gestão empresarial aos níveis financeiro e do produto (design, marca patenteada, altos padrões de qualidade e elevados salários), estão no caminho da viabilidade e do sucesso empresarial. Pelo contrário as PME que mantiveram a sua gestão tradicional familiar, que não se apetrecharam de técnicos nos domínios financeiro e produtivo, e que apenas baseiam a sua falsa competitividade na mão de obra barata e indigente, estão condenadas à falência seja por gestão danosa, seja porque de facto não são nem serão nunca competitivas, com os produtos de baixa qualidade provenientes dos países asiáticos, os quais praticam salários impraticáveis no nosso país (já que não possibilitariam minimamente a alimentação, a habitação e a saúde de quem trabalha).
De salientar para concluir, que as PME do sector têxtil incluídas na categoria daquelas que apenas baseiam a sua competitvidade em baixos custos salariais, exercem um efeito retrógado sobre a evolução dos rendimentos salariais portugueses, e por isso também sobre a repartição da riqueza nacional (apenas 39% dessa riqueza vai para o trabalho) para além de de facto não serem viáveis a curto e médio prazo no contexto do mercado da UE.
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O Sector Têxtil e Vestuário Português Face ao Desafio da ...
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