quarta-feira, 28 de março de 2012

"TER" OU "SER"


A NECESSIDADE DE MUDARMOS O PARADIGMA DO "TER" PELO PARADIGMA DO "SER" !

A matriz da economia de mercado capitalista tem-nos conduzido sucessivamente a "crescimento económico" , crescimento populacional, crises cíclicas de super-produção, recessão económica, desemprego gigantesco, degradação das condições de vida e miséria social de populações inteiras.


O facto de essas sequências serem negativas está relacionado com a perseguição do lucro e da sua acumulação, derivado do facto de o sistema da economia de mercado consagrar a apropriação privada (pelos donos do negócio) da riqueza produzida socialmente (pelos trabalhadores em geral).


Assim os ciclos económicos reiniciam-se, na perseguição de valores que não conduzem à felicidade dos seres humanos nem à estabilidade económico-social das sociedade, pois impera um Deus abstracto "o lucro" , que se torna o fio condutor de toda a produção social, arrastando as sociedades humanas para um consumismo estéril, para um fetichismo sem limites, alimentado pelo prestígio do TER, sendo este por sua vez alimentado pela filosofia da competição /acumulação de bens apenas destinados a alimentar o "ego" dos seres humanos, condicionados pelo Marketing neuro-cerebral difundido pelos donos do negócio e favorecendo o seu enriquecimento.


Asssim e de facto, fomo-nos afastando da nossa mãe terra, da natureza, e tudo queremos subordinar à lei abstrata do lucro: em nome do "vil" metal os seres humanos donos do dinheiro, exploram e maltratam outros seres humanos, os animais e a natureza. E nessa onda de ganância lá vem outra crise de superprodução ou de negócios piramidais que envolvem todas as sociedades numa crise ainda pior que a anterior.


A solução passa pelo regresso aos valores naturais e essenciais à humanidade e à natureza, o que pressupõe a mudança do paradignma: competição/acumulação/ exaltação do TER/consumismo por um paradigma baseado na cooperação, na solidariedade, na qualidade de vida mais próxima da natureza, e na exaltação do SER.


Esse caminho até foi vislumbrado por Agostinho da Silva, quando de forma lúcida nos apontava a necessidade do abandono do mito da propriedade, por forma a encetarmos a construção de uma sociedade cooperativa e solidária, respeitadora de valores éticos universais e não meramente paroquiais, e respeitadora de todos os animais humanos e não humanos e da nartureza.

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