sexta-feira, 11 de novembro de 2011

DIREITO À INDIGNAÇÃO OU FUNDAMENTALISMO ?

Demonstrarmos  amor e compaixão por animais sencientes, com capacidade de sofrimento e de afectos, sejam humanos ou não humanos, será sermos   fundamentalistas?

Defendermos  animais sencientes da tortura e crueldade a que de facto são sujeitos esses animais humanos ou não humanos, indefesos perante essas situações de violência, não será antes uma nossa obrigação, enquanto cidadãos!

Se um ser humano, que trabalha honestamente, pode ser posto no desemprego por motivos "atendíveis" a quem enriquece à custa do seu trabalho, não temos a obrigação de lutar por uma sociedade com maior justiça social,e com melhor distribuição da riqueza social, para que essa violência cometida contra o trabalhador e contra a sua família, não possa ser exercida?

Se um "leão" ou um "tigre", ou "um elefante", ou qualquer outro animal selvagem, é enjaulado dentro de camiões dos circos, não temos a obrigação de  lutarmos  pela sua libertação, sabendo que esses animais estão a ser sujeitos a uma brutal violência, e têm direito à sua própria felicidade no seu território natural?

Se um touro, depois de lhe serrarem a ponta dos cornos, é colocado numa arena, onde são lancetados os músculos do seu pescoço, e depois, sem qualquer hipótese de defesa ou de fuga, é torturado cruel e sangrentamente, até à sua exaustão psíquica e morte, para satisfação aficionados do sadismo cometido sobre o animal, não temos a obrigação de lutar pela defesa desses animais?

Se um ser humano, prende um cão a uma casota, e o condena dessa forma a prisão perpétua, isso é um acto de violência cometida sobre o cão, e não devemos alertar o dono do cão para a violência e o sofrimento que está a infligir ao animal, o qual tem uma necessidade natural de ter o seu território?

E se quotidianamente, milhões de animais são assassinados a sangue frio nos matadouros, para que os seres humanos possam alimentar-se da carne dos seus cadáveres, por forma a enriquecer os donos desse negócio, não devemos alertar a sociedade que existem alternativas alimentares mais sadias, que passam pelas proteínas vegetais e frutíferas, até porque o nosso organismo não está preparado para eliminar rapidamente as toxinas das proteínas animais (sendo que esses animais são alimentados com hormonas, antibióticos e alimentos transgénicos, perigosos para a saúde humana)?

E quando as serras são selvaticamente esventradas pelas fábricas de cimento,  os mares são poluídos com toneladas de petróleo, e centrais nucleares são construídas em zonas sísmicas, não temos a obrigação de alertar a sociedade para os colapsos ecológicos daí decorrentes?   

Desde quando alertar a sociedade:

   - para a necessidade de maior cooperação e solidariedade social entre os seres humanos;
   - para a necessidade de pôr fim ao sofrimento cruel infligido aos outros animais, os quais têm um cérebro, um    sistema nervoso e órgãos sensoriais, tal como nós seres humanos; 
   - para pôr fim às agressões violentas contra a natureza, por forma a evitar colapsos ecológicos, e a garantir uma vida mais saudável para todos os seres vivos, humanos e não humanos;

desde quando essas obrigações sociais, podem ser consideradas actos de  fundamentalismo?   

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